Desde o dia em que deixamos de ser chamadas de mães que os medos se apoderam de nós. Primeiro é o medo de sair de casa, de enfrentar o mundo lá fora... de enfrentar a realidade da perda. Depois vem o medo dos exames, o medo das dores que enfrentámos outrora, o medo dos médicos e de pisar o chão da maternidade. Temos medo da realidade que enfrentámos e que é triste, só pode mesmo ser. Hoje o medo é outro. O medo é só nosso. É um medo pequenino só no nosso interior. Temos medo quando chegam os resultados dos exames, quando vamos ao médico, quando esperamos ansiosas na sala de espera e o que mais queremos ouvir é que está tudo bem.
Hoje, após seis meses de ter deixado de ser mãe sinto-me pequenina e cheia de medo. Cheia de medo do futuro. Medo dos dias que se avizinham. Medo da palavra mãe.
Hoje sinto que cresci e que sou uma grande mulher. Ultrapassei e pulei obstáculos que nunca pensei conseguir... mas mesmo assim sou pequenina. Recorro ao colo da mamã sempre, porque só aí me sinto plenamente protegida. Hoje passado seis meses sei que sim, que um dia a quem eu chamo mãe irão chamar avó. Sempre o soube desde o dia em que soube que ia ser mãe. E hoje passado seis meses de o deixar de ser sei que sim, que essa vontade se mantêm e ainda bem porque só assim sabemos que está tudo bem...
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