terça-feira, 27 de março de 2012

Há com cada um...


Na passada sexta feira fui a uma entrevista. Convenhamos que no primeiro dia desempregada conseguir uma entrevista na minha área é qualquer coisa como muito muito pouco provável, ou se não tivesse acontecido comigo, diria impossível mesmo.
O que é certo é que agarrei a oportunidade com unhas e dentes e fui capaz de dizer que faço e aconteço, dou piruetas com mortais invertidos e nunca me lesiono. Queria muito que tudo corresse bem e que acreditassem no meu empenho e valor. Precisava preciso mesmo de trabalhar.
As probabilidades de ter ficado desempregada a uma sexta e ser admitida na segunda seguinte [sem cunhas, convêm frisar] eram praticamente nulas e nem que fosse pelas estatísticas a minha moral durante o fim de semana não foi grande coisa, muito pelo contrário.
Antes de me deslocar para a entrevista liguei a quem de direito e qual é o meu espanto quando do lado de lá me convidam para almoçar com o propósito de que a entrevista ficava muito em cima da hora e assim sendo almoçávamos juntos enquanto conversávamos. A coisa começou logo a cheirar-me mal, mas não podemos perder as esperanças. Agarrei no carrinho e pus-me à estrada. Fui entrevistada e no meio de perguntas e respostas surge a questão de que se era casada ou não. A minha resposta foi afirmativa, ao qual até frisei em tom de brincadeira "Bem casada". Tentou convencer-me a ficar a viver na cidade onde era a empresa, porque tinha "casas aos trambolhões" e assim poderia compensar as horas perdidas em viagens. Não entendo, se fizer as minhas 8 horas diárias, não estou a ver onde tenho que compensar a empresa. Se chego às nove ou dez horas da noite a casa isso é comigo, certo? Continuando, após algum tempo, o questionário terminou e o Sr. [tenho muitas dúvidas que o seja] acompanhou-me à porta e prometeu-me que na segunda feira me ligava a dar uma resposta.
Então mas e o almoço perguntam vocês. Pois, também eu me questionei sobre isso várias vezes até conseguir chegar a casa. Como é que num espaço de pouco mais de uma hora o Sr. [??] se tinha esquecido que me tinha convidado para almoçar? Que fique bem claro que eu nem queria almoçar com ele, em primeiro porque não o conheço de lado nenhum e depois porque acho que uma entrevista de trabalho não deve ser num restaurante, contudo a questão continuava no ar... porquê?
Pois bem, as perguntas ficaram e a vida continuou. Ontem almocei em casa de uma amiga que após lhe contar esta história, exclama que já ouviu tema idêntico [com muitos mais capítulos] de uma outra nossa amiga e que só ia confirmar se a empresa era a mesma. Pois a empresa era a mesma e a história muito idêntica. Entrevista, convite para almoço, oferta de estadia com "casas aos trambolhões" e admissão da mesma. A [grande] diferença entre nós é que ela é solteira e eu casada. Daí a admissão dela na empresa e eu nem ter chegado sequer ao almoço. 
Então vejam bem os intuitos deste traste [que não pode ter outro nome]. Após ter admitido a minha amiga, diz-lhe que tem que ir a uma feira na Alemanha, pede-lhe que vá com ele para começar a entrar no mundo da construção e qual é o espanto quando chegam ao hotel e o nojento de merda só tinha reservado um quarto de hotel, um só. Apenas um quarto com cama de casal. 
E após esta história/ pesadelo só me resta pensar que ontem almoçei com um anjo e que há predadores em cada esquina que passamos.

3 comentários:

S. disse...

Também passei por uma aventura dessas, ou parecida. Durou um ano até me conseguir "livrar" de tudo.
Na nossa área, como somos poucas mulheres (embora cada vez mais), há quem se aproveite da nossa aparente fraqueza! Fraco é quem pensa que pode, ou o faz!
Não perdeste nada, ainda bem que não te chamou p ficares lá! ;)
S.
A COZY BOX

Alex disse...

Realmente isso é um autêntico pesadelo. Com esta 'crise' esses camelos aproveitam-se de tudo!

Anónimo disse...

Acho que esse homem devia ser denunciado, nem que fosse anonimamente para uma televisao ou jornal, etc...
No teu caso é dificil provar, mas no caso da tua amiga ha um quarto de hotel e isso fica um registo.
Estou mesmo irritada que essa gentinha abusa desta situação de crise para este tipo de coisas.

Branks